Gosto de ficar, ficar ali na minha janela, gosto de ficar ali a olhar lá para fora, para o furtivo da noite onde não passa ninguém, onde nada se vê, onde tu é escuro como o breu, onde o vento agita as folhas do grande sobreiro e verga as braças do grande eucalipto.
Gosto de assim estar, a ver o que não passa, o que o escuro oculta e o que não me deixa ver.
Lá fora a chuva cai, copiosa e triste, como tristes são os meus dias.
Vem-me a memoria, ofendida, os dias de outrora, onde fazia aquilo que de mais saudades tenho, de vestir a bata branca e de combater lado a lado com os gobles, kitasatos, balanças magnéticas… todos juntos contra um protocolo experimental esquivo que se refugiava num grande ou pequeno laboratório.
Tenho saudades dos livros, tenho saudades do meu outro eu…
Lá fora a chuva cai, lenta e pausadamente fustigada pelo vento e pelo assombro, eu fico a vê-la, preso nas tristes memórias.
Cá dentro um pingo cai, cai sobre o meu colo, água e cloreto de sódio, água com um pouco de sal que cai sobre mim, cá dentro também chove e eu tento, em vão, tirar todos os macaquinhos do sótão que me fazem amargar e que fazem os pingos cair sobre o meu colo, lá fora nada se passa, só eu é que vou passando, de uma forma ou de outra, com os meus macaquinhos.
Sim, porque todos nos temos macaquinhos no sótão!
Gosto de assim estar, a ver o que não passa, o que o escuro oculta e o que não me deixa ver.
Lá fora a chuva cai, copiosa e triste, como tristes são os meus dias.
Vem-me a memoria, ofendida, os dias de outrora, onde fazia aquilo que de mais saudades tenho, de vestir a bata branca e de combater lado a lado com os gobles, kitasatos, balanças magnéticas… todos juntos contra um protocolo experimental esquivo que se refugiava num grande ou pequeno laboratório.
Tenho saudades dos livros, tenho saudades do meu outro eu…
Lá fora a chuva cai, lenta e pausadamente fustigada pelo vento e pelo assombro, eu fico a vê-la, preso nas tristes memórias.
Cá dentro um pingo cai, cai sobre o meu colo, água e cloreto de sódio, água com um pouco de sal que cai sobre mim, cá dentro também chove e eu tento, em vão, tirar todos os macaquinhos do sótão que me fazem amargar e que fazem os pingos cair sobre o meu colo, lá fora nada se passa, só eu é que vou passando, de uma forma ou de outra, com os meus macaquinhos.
Sim, porque todos nos temos macaquinhos no sótão!
1 comentário:
A chuva a melhor amiga da melancolia quando cai no Inverno, e a melhor amiga do sorriso quando cai no Verão...
Para mim as melhores coisas que me podem dar é um chocolate quente enquanto vejo a chuva a cair; o cheiro a terra molhada depois de um dia intenso de chuva e dançar debaixo de uma quente chuva de trovoada de verão!
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