sexta-feira, 4 de julho de 2014

Era meio-dia e a noite caiu dentro de mim
O silêncio, meia-noite, era a água que me inundava
Da fonte que corria para dentro de mim
Daquela mortalha que me abraçava nas ternuras
Era meio-dia, e as trevas cobriam-me
A solidão, meia-noite, era o vazio que me preenchia
Tornando éter o espaço dentro de mim
Daquele corpo frio em que me tornava a partir de dentro
Era meio-dia, como se fosse meia-noite dentro de mim
E esperava a madrugada, e desejava que à madrugada sucedesse aurora
E esperava a aurora, e desejava que a aurora desse lugar ao dia

E assim seria meia-noite e dentro de mim o sol brilhava por ser meio-dia.