sábado, 1 de março de 2008

Desconstrui-me


Bem, minha cara, cá estou eu de volta como havia prometido!
Já estou na minha nova casa, no meu novo farol!
Isto aqui é muito mais simples do que a minha vida nas formigas! Aqui não tenho que subir as escadas com as latas de acetileno não me tenho que preocupar se já passaram 15 minutos do por do sol para ligar a lanterna, nada disso, aqui é tudo automático! Nem me tenho que levantar da cama!
O que pode ser muito mais entediante do que a minha solitária vida nas formigas, aqui tenho a civilização a porta, posso de um pulo estar em casa sem problemas nenhum, alias nem havia necessidade de eu ficar aqui instalado no Penedo da Saudade, (se não sabe só que é eu mais afrente explico), podia ir ficar a casa. Mas não! Aceitei vir para aqui só coma condição de poder ficar a residir nele!
Já não vivo mesmo dentro do farol, da torre como viva nas formigas, não tenho aqui uma cazita muito boa!
Mas o que me dá aqui mesmo é muita saudade, não podia ter vindo para local melhor! O farol foi construído num penedo sobre o mar que se chamava de penedo da saudade, por que segundo a lenda, foi sobre ele que uma condessa chorou baba e ranho pela morte do seu marido. Não sei se é verdade ou não, mas que eu as vezes parece que oco os lamentos de alguém não posso negar!
Mas o amor tem destas coisas, de dor, desespero e sofrimento…se calhar é por isso que eu continuo só…nunca reagi muito bem a dor!
Já agora, o meu segundo “filho” já esta bem encaminhado em compensação o primeiro decidiu ficar mais um mês dentro da barriga da mãe! Segundo o que o “medico” me informou só deve efectivamente nascer já em Maio, mas lá para Abril já deve estar pronto para nascer…tu percebeste bem o que eu quis dizer, eu sei que tu já me conheces tão bem, alias bem melhor do que eu me conheço a mim próprio!
Foi sempre esse um dos meus maiores medos com a escrita que alguém me conhecesse melhor do que eu me conheço a mim, o que para uma mente atenta como tu não será difícil. Na escrita eu revelo-me mais do que alguma vez desejaria, deixo de viver preso dentro da minha própria mascara e sou livre…por vezes livre de mais a isso, para alem de assustar a mim, também te assusta muito! Eu sei que sim, evitas dizer que não, porque eu sei! Para mim não é o olhar que revela a alma, mas sim a escrita, ainda mais que a oralidade, a escrita consegue revelar as cosias mais ocultas e depravadas nem que seja numa simples história de crianças
Não sei como será quando alguém pegar num livro meu e o começar a analisar, a desmontar como eu fiz com muitos nas aulas de português…sim eu agora lanço-te esse desafio: desconstrui-me!
Vê se és capaz de fazer ao contraio daquilo que eu faço, vê se consegues ver o que eu tento ocultar, vê se consegues ver minha alma…
Este foi o meu macaquinho de hoje no meu novo farol…
Sim, porque todos nós temos macaquinhos no sótão!

2 comentários:

Menina Ochoa disse...

Bem vindo novamente! =)
A tua descrição do farol deu-me vontade de sair daqui do meu Olimpo e ir para aí para poder sentir a brisa do mar, a paz o sossego que estar no topo do mundo transmite...
Qualquer dia ainda te bato aí à porta! =)

Faroleiro disse...

podes vir qundo quizeres...ca estarei pra te ouvir!!
o que tenho para fazer posso fazer a seguir...
é sempre bom viver num farol iluminar as terevas com um raio de luz...