Desceram vindos das montanhas, das altas montanhas dos montes Hermínios, cavalgavam sem sela, em cavalos de casco nu.
Não era mais de cinco, mas pareciam milhões!
De aram em riste, de bacamarte na mão, de olhar fixo, de grito preso na boca e os raios que lhe saíam do olhar.
Desceram pelos vales, sem medo de nada nem ninguém, eram lusas gentes como nunca mais de tal se ouvirá falar!
Não era muitos, mas todos faziam uma multidão!
Todos eram muitos, pois era todo um povo que seguia nas mãos daqueles cinco homens.
Partiram para sul, desceram aos deleites da planície, partira, rumo ao oriente e traíram como sempre o povo havia sido.
Nunca mais regressaram, perderam-se para lá do sol nascente, ficaram presos em qualquer império do meio.
Retidos por vontade própria!
Mas antes assim, antes assim fosse, pois esses cavaleiros, perfidamente piores que os apocalípticos do senhor, traziam a morte dos seus aljubes.
Foram levados para longe, par longe de todos nós!
Levaram com eles a dor, e doença e morte, levaram com eles todo o que de mau nós tínhamos! Levaram com eles até a esperança! Pois é a esperança a pior coisa que aquele povo tinha!
Maldita seja a esperança, a luz que é dos meus dias! Amaldiçoada será a minha boca cada vez que eu diga “ tenho esperança!” pois sobre mim não recai a esperança, não recai mais nada!
A esperança ficou sumida! Retida, levada para longe!
Para o ocidente ou para o oriente! Tanto faz! Tanto faz! Possui tanto fez! Para no fim, para no fim de todo, para no fim das contas feitas e das dividas soldadas nada restar para alem da dor, da desgraça da morte e a esperança, sempre vã, em algo que nunca acontecerá! Pois esse algo nunca terá que acontecer!
No meio dos meus macaquinhos estão só cinco cavaleiro! Vejo-os , miro-os a levar para longe a peste, carregados de sífilis, de lepra e de morte! Vejo-os vir na minha direcção!
Reparo em como os seus sorrisos se abrem ao avistaram a minha tenda!
Como vem alegres! Como se demonstram tão felizes ao desmontarem das suas montadas, ao se aproximarem de mim e a deixarem-me nas mãos os aljubes que trazem a morte!
Na volta, quando regressam ao alto dos montes vão leves, leves nos seus cavalos alados, nos seus Pégasos desmortificados.
Com eles só vai a minha alma, pois só isso lhes foi permitido levar!
O meu copo corrompeu-se na esperança dos dias! O meu querer ficou sujeito as vontades da esperança como se nela existisse uma única e possível salvação!
Comigo ficou a morte, inclusa nos aljubes, em mim ficou a sedente vontade, desejo da esperança que me renegara como defunto para o fundo da cova já mil vezes aberta, mas não estarei morto! Não, não estaria corrompido!
Serei eu, sem alma, afogado na esperança e abafado com os meus macaquinhos!
Sim, porque todos nos temos macaquinhos no sótão!
Não era mais de cinco, mas pareciam milhões!
De aram em riste, de bacamarte na mão, de olhar fixo, de grito preso na boca e os raios que lhe saíam do olhar.
Desceram pelos vales, sem medo de nada nem ninguém, eram lusas gentes como nunca mais de tal se ouvirá falar!
Não era muitos, mas todos faziam uma multidão!
Todos eram muitos, pois era todo um povo que seguia nas mãos daqueles cinco homens.
Partiram para sul, desceram aos deleites da planície, partira, rumo ao oriente e traíram como sempre o povo havia sido.
Nunca mais regressaram, perderam-se para lá do sol nascente, ficaram presos em qualquer império do meio.
Retidos por vontade própria!
Mas antes assim, antes assim fosse, pois esses cavaleiros, perfidamente piores que os apocalípticos do senhor, traziam a morte dos seus aljubes.
Foram levados para longe, par longe de todos nós!
Levaram com eles a dor, e doença e morte, levaram com eles todo o que de mau nós tínhamos! Levaram com eles até a esperança! Pois é a esperança a pior coisa que aquele povo tinha!
Maldita seja a esperança, a luz que é dos meus dias! Amaldiçoada será a minha boca cada vez que eu diga “ tenho esperança!” pois sobre mim não recai a esperança, não recai mais nada!
A esperança ficou sumida! Retida, levada para longe!
Para o ocidente ou para o oriente! Tanto faz! Tanto faz! Possui tanto fez! Para no fim, para no fim de todo, para no fim das contas feitas e das dividas soldadas nada restar para alem da dor, da desgraça da morte e a esperança, sempre vã, em algo que nunca acontecerá! Pois esse algo nunca terá que acontecer!
No meio dos meus macaquinhos estão só cinco cavaleiro! Vejo-os , miro-os a levar para longe a peste, carregados de sífilis, de lepra e de morte! Vejo-os vir na minha direcção!
Reparo em como os seus sorrisos se abrem ao avistaram a minha tenda!
Como vem alegres! Como se demonstram tão felizes ao desmontarem das suas montadas, ao se aproximarem de mim e a deixarem-me nas mãos os aljubes que trazem a morte!
Na volta, quando regressam ao alto dos montes vão leves, leves nos seus cavalos alados, nos seus Pégasos desmortificados.
Com eles só vai a minha alma, pois só isso lhes foi permitido levar!
O meu copo corrompeu-se na esperança dos dias! O meu querer ficou sujeito as vontades da esperança como se nela existisse uma única e possível salvação!
Comigo ficou a morte, inclusa nos aljubes, em mim ficou a sedente vontade, desejo da esperança que me renegara como defunto para o fundo da cova já mil vezes aberta, mas não estarei morto! Não, não estaria corrompido!
Serei eu, sem alma, afogado na esperança e abafado com os meus macaquinhos!
Sim, porque todos nos temos macaquinhos no sótão!
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