sábado, 9 de fevereiro de 2008

anoiteceu nas formigas


Lentamente a noite foi caindo no meu farol. Passava 15 minutos do por do sol quando acendi a grande lâmpada a óleo, sim porque no ilhéu das formigas essa coisa da electricidade não existe, aqui trabalha todo como antigamente! Até a máquina vapor ainda funciona.
Mas não é disso que eu quero falar.
Subi ao mirante, coroado de luz que a lente do farol transporta até longe, sob o céu salpicado de tantas e tantas estrelas fulgentes como brasas de uma fogueira, foi ali que me senti um privilegiado!
Mesmo na mais recôndita e profunda solidão, isolado do mundo eu vejo o céu estrelado e tu, por certo, não! Penso não sei em quê, perdi-me nos meus pensamentos a medida que o vento me salpica docemente a cara com a água salgada.
Vivo afastado da civilização por que assim foi o meu desejo, não que quisesse, mas porque quis que fosse, sei que me contradigo, mas nas minhas palavras impera a verdade dos factos. Não sei se será de mim ou dos outros mas, por agora, estou melhor assim, enganando-me no alto do meu próprio farol!
Hoje abria a caixa de Pandora, não, não temam nada de mal deixei sair de lá, mas deu-me para rir, para soltar grandes gargalhadas que por certo fizeram as gaivotas pensar que eu tinha endoidecido de vez.
Mas aquilo, Pandora, fez-me pensar no início, no que se passou no início de tudo, se é que ouve um inicio de tudo?! Não sei, mas a perspectiva de que algures lá em cima um ser olha por nós nuca foi muito do meu agrado!
Já o disse algumas vezes, e volto a repetir, gostava de conhecer esse ser, seja ele Deus ou outro alguém, gostaria de lhe perguntar cara a cara porque me faz tanto mal? Creio que não queria saber a resposta, mandava-lhe logo um grande ponta pé nas canelas que ele andaria com gesso nos próximos milénios!!!
Sempre me disseram: quando deus fecha uma porta abre sempre uma janela…
Bem a minha já vai num postigo minúsculo, ou até já vai na greta da caixa do correio, mas eu, do alto do meu farol, coroado com as estrelas e a sentir o salgadiço nos meus lábios, sim creio que sim que se continuara a lutar poderei mandar a parede ao chão e abrir um grande portão.
Bem, eu por aqui terei que ficar, vigiando o horizonte, alimentando a chama que ilumina as almas na noite escura. Vou ficar aqui assim até ai dia nascer, vendo as estrelas no céu, os meteoritos que rasgão o véu estrelar e retirando os meus macaquinhos do sótão.
Sim, porque todos nós temos macaquinhos no sótão.

2 comentários:

Inês Moreira Santos disse...

"Vivo afastado da civilização por que assim foi o meu desejo, não que quisesse, mas porque quis que fosse, sei que me contradigo, mas nas minhas palavras impera a verdade dos factos."
Não te contradizes, usas o paradoxo que é das figuras de estilo mais "brutais". =P

Tens jeito para a coisa Jaime!=D

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Inês Moreira Santos disse...

ahah, mas que bem. O meu namorado gosta imenso de Dan Brown se estás dentro do estilo já tou curiosa. Para ser sincera não tenho muito tempo para ler nada para além das coisas da faculdade...=SS o k me chateia mt.

Agora ando a ler o último Harry Potter!! xD Adoro aquilo.

Ahhh e tu é k vais ficar admirador do nosso blog MEEE (sigla parvita inventada pelas Mentes em Ebulição entrópica) quando leres o nosso blog.=P

Tens de passar por lá também para te rires à farta (ou então não.=P)

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